quarta-feira, 1 de abril de 2009

1 de Abril *DIA DAS MENTIRAS FINANCEIRAS*

:: 17H00 :: Loja do Cidadão » Metro Baixa-Chiado (Lisboa)


A Rede «Que Alternativas?», em resposta a apelo do Fórum Social Mundial, organiza para hoje um protesto a favor de um novo modelo económico e social por ocasião da cimeira que quinta-feira reunirá em Londres o grupo dos G20.Vem connosco rebentar as mentiras financeiras!

Dia das mentiras financeiras

É todos os dias! Todos os dias nos dizem que a culpa da crise é nossa, que alguns banqueiros mal intencionados vieram dar mau nome ao sistema financeiro, mas que de resto ele funciona muito bem. Todos os dias nos dizem que o melhor é deixarmos os empresários (o “mercado”) decidirem por nós o que devemos produzir, consumir, poupar, comer.

Enquanto se defende que o Estado não deve interferir na economia, as empresas, nomeadamente as financeiras, tornam-se cada vez mais irresponsáveis. Os empregos vão ficando mais precários, a exploração de imigrantes aumenta, os mercados alimentares entram em colapso, as preocupações ambientais ficam nas mãos dos consumidores e não das empresas, e o dinheiro que todos poupamos (incluindo o das nossas reformas) é investido em “fundos” cada vez mais virtuais e com enormes riscos.

Não acreditamos em tudo o que ouvimos! Acreditamos que um mundo melhor é possível!

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Aqui ficam algumas das petas mais populares dos últimos tempos:

1 :: A crise foi criada porque alguns banqueiros foram gananciosos «demais» e enganaram o sistema

A ganância é a base do sistema capitalista, foi a procura de lucros cada vez mais altos que levou a que os especuladores ignorassem os riscos cada vez maiores de colapso do sistema. A crise expôs algumas fraudes, mas ela teria existido mesmo sem ilegalidades.
2 :: A especulação gera investimento e crescimento económico

Os investimentos puramente financeiros só respondem a lucros, ignorando os bens produzidos. Isto pressiona as empresas a uma gestão orientada para o lucro de curto prazo e para um desrespeito cada vez maior pelo papel social da empresa, pelos direitos dos trabalhadores e pelas práticas ambientalmente sustentáveis. Estes fundos levam os mercados a subidas vertiginosas, criando as chamadas «bolhas especulativas». Ao mínimo sinal de crise, os fundos retiram-se e a economia real é arrastada pelo repentino bloqueio dos financiamentos. A especulação financeira é injusta para todos os agentes da economia real e aumenta muito a instabilidade do sistema.
3 :: A irresponsabilidade dos consumidores e o seu endividamento exagerado provocou a crise.

Todos vemos diariamente anúncios a tentar «impingir-nos» créditos. O sistema financeiro tem vindo a lucrar com o endividamento das famílias, que não têm outra forma de fazer face às suas necessidades numa altura em que os salários são baixos e o emprego é cada vez mais precário.
4 :: A crise e a escassez de fundos obriga o Governo a privatizar serviços básicos como a saúde, segurança social e educação.

O dinheiro dos contribuintes que tem sido usado para salvar bancos pode, e deve, servir para assegurar que estes serviços permanecem abertos e acessíveis a todos, protegendo as pessoas com mais necessidades, que são as mais afectadas pelas crises. A privatização dos serviços de que todos precisamos só serve para gerar lucros garantidos a grandes empresas. E se estas falham, é de novo o Estado que vem assumir os seus prejuízos e garantir que os serviços não desaparecem…
5 :: O dinheiro público deve ser usado para salvar todo e qualquer banco, independentemente da sua dimensão e do tipo de negócios em que se envolve.

Os bancos são peças importantes do sistema económico e a sua falência pode ter consequências graves, mas isso só mostra que as suas actividades devem ser fortemente controladas. Não é verdade que a falência de qualquer banco leve à derrocada de todo o sistema, nem que o Estado deva salvar bancos que gerem investimentos de base fortemente especulativa. Por outro lado, nos casos em que seja mesmo indispensável um apoio do Estado, este deve impor condições que garantam que os bancos dirigem a sua actividade para o apoio às empresas, em dificuldades por causa da crise que eles próprios criaram.
6 :: É impossível controlar ou taxar os capitais financeiros.

O controlo dos movimentos de capitais permite estabilizar os mercados, evitar bolhas especulativas e voltar a direccionar os investimentos para empresas reais, que produzam qualquer coisa, em vez de meros investimentos de curto prazo baseados em cotações de bolsa. Além disso, os mercados de capitais podem ser sujeitos a regulamentações que promovam a transparência e a legalidade das operações, nomeadamente o fecho dos paraísos fiscais e o levantamento do sigilo bancário.
7 :: É impossível controlar ou taxar os capitais financeiros.

O controlo dos movimentos de capitais permite estabilizar os mercados, evitar bolhas especulativas e voltar a direccionar os investimentos para empresas reais, que produzam qualquer coisa, em vez de meros investimentos de curto prazo baseados em cotações de bolsa. Além disso, os mercados de capitais podem ser sujeitos a regulamentações que promovam a transparência e a legalidade das operações, nomeadamente o fecho dos paraísos fiscais e o levantamento do sigilo bancário.
8 :: Um mercado de trabalho «flexível”», com salários baixos e sem segurança para os trabalhadores é mais eficiente

Ao que os empresários chamam flexibilidade nós chamamos precariedade: contratos de trabalho temporários ou inexistentes, salários reduzidos e cada vez maior facilidade no despedimento de trabalhadores. Pessoas exploradas e com a vida a prazo nunca terão o empenho e a ligação ao seu trabalho que produz a verdadeira eficiência. Não podem investir na sua formação, nem desenvolver outros aspectos da vida importantes como a vida familiar ou cívica. Ter trabalhadores formados, integrados em equipas que desenvolvem projectos comuns ao longo do tempo e com salários dignos é a forma mais eficiente (e correcta) de uma economia crescer.
9 :: Os/as migrantes são culpados pelo desemprego e baixos salários

O problema da economia portuguesa é muito mais profundo do que a proveniência dos trabalhadores. Uma economia saudável encaixa os que chegam, porque também participam nela, consomem, produzem, pagam impostos e contribuem para a sustentabilidade da Segurança Social. Quanto maior for a igualdade, mais positiva é a sua participação.Por outro lado, tem acontecido que os imigrantes ocupam os lugares que os portugueses não procuram.A troca de produtos alimentares em bolsa favorece os pequenos produtores e disponibilidade de alimentos para toda a população mundial.A especulação sobre produtos alimentares como o trigo ou a soja leva à quebra dos seus preços a níveis inferiores aos custos de produção, retirando pequenos e médios produtores do mercado e promovendo monopólios que, em seguida, inflacionam os preços dificultando o acesso dos consumidores.
10 :: Os transgénicos vão acabar com a crise alimentar e a fome.

A fome no mundo tem como causa a má distribuição e o desperdício dos alimentos. Há cinco multinacionais que exercem um controlo cada vez maior sobre o sistema alimentar global através de um regime de patentes sobre a vida e as sementes transgénicas, com consequências imprevisíveis para a biodiversidade e a saúde humana. Por outro lado, têm exercido pressões políticas e manipulações financeiras que contribuem para a fusão dos mercados da energia e dos alimentos, promovendo a utilização de agrocombustíveis. Os cereais são progressivamente utilizados para alimentar automóveis ao invés de pessoas, agravando os problemas da fome.
Rede «Que Alternativas?»

(Descarregar o folheto)

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