12 Março: chegou o tempo do vírus da revolta e da participação dos comuns?
As manifestações de 12 Março são um evento e um vírus positivo que marcam o início de uma nova fase na revolta e na mobilização activa dos comuns para se reapropriarem do controlo das suas vidas e do seu futuro. Agora as organizações políticas e sociais, os poderes, as elites, terão que ter em conta a irrupção na praça pública dos "de baixo", dos comuns, e da sua capacidade de associação, de convergência, de reclamação e de proposta. E da consciência conquistada de que as suas escolhas têm que contar nas políticas do futuro.
Resistindo à tentação fácil de canalizar um rio que felizmente saltou das margens que lhe foram impostas, por que não um movimento de participação e debate cidadãos, voltado para a construção concreta de alternativas que os poderosos não se cansam de insistir que não existem? Não uma vanguarda iluminada e disciplinadora, mas que dê voz aos comuns e aos saberes disponíveis para serem partilhados com os comuns. Não um movimento que seja "a" continuação do 12 Março, mas apenas um dos seus frutos.
É ou não o tempo de um movimento agregador de vontades cidadãs e de produção participada de novas alternativas e de novas políticas públicas? Vamos a isso?
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