quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Desemprego e antidepressivos: imagens que nos convocam para agir!

O seu a seu dono. Este vídeo, cuja notícia me chegou por email, está disponível no blogue Ensaio sobre o Desemprego. É o testemunho gravado num Centro da Segurança Social, logo após a divulgação do PEC 3 e num dia em que estava a terminar o prazo para a apresentação da prova de "recursos" para os beneficiários de prestações sociais. Um espaço apinhado de desempregados, afinal os culpados da crise, segundo os discursos e análises das elites situacionistas do bloco central de interesses. Está lá tudo!

As despesas com funções sociais do Estado (segurança social, saúde e educação), segundo o OE, baixarão de 18,2% para 16,4% do PIB. Vão subir o custo de vida, o desemprego, os impostos, mas o Governo quer poupar só na Segurança Social mais de 1 000 milhões de euros. À custa de cortes brutais nos subsídios de desemprego, nos abonos de família, no rendimento social de inserção e do congelamento e penalização fiscal das pensões. Agravando mais a pobreza e as desigualdades no país mais desigual da União Europeia.

Quem não recorda que uma das primeiras propostas de Passos Coelho, quando foi eleito dirigente do PSD, foi condenar os desempregados com subsídio a trabalhos forçados, fazendo tábua rasa que o subsídio é um direito pago com as contribuições de anos de trabalho e liberalizar completamente os despedimentos? Quem não vê como o Estado Social, que PS e PSD hipocritamente dizem defender em palavras, enquanto jogam o ping-pong das culpas, está a sofrer o mais forte e demolidor ataque desde o 25 de Abril com os PECs e o Orçamento propostos para 2011?

Afinal, qual a admiração de serem os portugueses os maiores consumidores europeus de antidepressivos e Portugal ser o país europeu com maior prevalência de doenças mentais? Só mesmo a Ministra da Saúde para quem o Estado Social é um mero instrumento de propaganda é que poderia comentar estes dados culpando os médicos por tamanho consumo de antidepressivos.

Este vídeo exprime a dura realidade social a que os governantes, os senhores do dinheiro e os seus bem pagos analistas e comentadores fecham os olhos. Preocupados com os mercados (leia-se agências de rating, especuladores, fundos de investimento, bancos) e com os seus interesses de casta social travestidos de interesse nacional.

O problema é que, no próximo ano, este vídeo testemunharia uma realidade bem pior, se o conformismo vencer. Ou seja, se os comuns, os trabalhadores, os reformados, os precários, os desempregados, não reagirem e aceitarem a cantilena dos poderosos de que não há alternativa. A Greve Geral em 24 de Novembro é uma boa oportunidade para um grande despertar colectivo!

(Henrique Sousa, da Direcção da ATTAC Portugal)


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