Acordai!
Porque segunda-feira é tarde.
E que as diferenças e divisões à esquerda, o capital acumulado de erros e de queixas, as mágoas com a qualidade da nossa democracia, o descontentamento com as elites políticas que nos têm desgovernado, o quotidiano da crise que nos toca, não nos tirem a lucidez sobre o essencial:
Ou barramos com o voto o caminho ao candidato da direita unificada, que pede respeitinho pelos mercados financeiros e pelo FMI, que quer acelerar a destruição do Estado Social e a sua substituição por um Estado assistencial, que representa o pior situacionismo do bloco central de interesses, que se intitula o mais sério da sua rua mas não esclarece nunca as suas ligações perigosas, ou na segunda-feira acordaremos com o País mais aprisionado neste abraço fatal entre a política e os negócios.
Todos os votos contam para obrigar a passagem à segunda volta, e então juntar forças na derrota de Cavaco Silva. A abstenção descontente, legítima embora como opção, favorece de facto a vitória do candidato da direita á primeira volta. Então acordaríamos pior na segunda-feira.
E, porque amanhã é sábado, aqui fica a propósito uma bela interpretação de Teresa Salgueiro da canção Acordai, de Fernando Lopes Graça:
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